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domingo, 21 de novembro de 2010

Mudas exóticas - Oliveira e parreira no Maranhão


A introdução das oliveiras no Brasil se deu próximo ao ano de 1800 com os primeiros olivais implantados nas regiões Sul e Sudeste do país. Porém, a falta de conhecimentos técnicos, dificuldades como incompatibilidade porta-enxerto/copa, manejo inadequado entre outros, fez com que a atividade não se consolidasse no país. Somente na última década, os estudos foram retomados consistentemente no sul de Minas Gerais com olivais sendo implantados principalmente nas terras Altas da Mantiqueira (MG, SP e RJ) e nos estados da região sul.

Pois, contrariando todas as expectativas conseguir fazer germinar essas mudinhas de oliveira aqui em pleno sertão do Maranhão, as sementes germinaram dentro da geladeira, isso mesmo, elas nasceram dentro da geladeira e já estão deste tamanho, espero que possam se desenvolver bem apesar de estamos entrando no período chuvoso.

Parreira e cultivo


A videira é uma planta que se adapta em ampla variedades de solos, dá-se preferência a solos com textura franca e bem drenados, com pH variando de 5,0 a 6,0 e com teor de matéria orgânica com pelo menos 20 g dm-3. O local onde deve ser plantada exige uma  topografia com boa drenagem das águas e na temperatura ambiente. Solos planos e argilosos tendem a ter menor capacidade de drenagem das águas, enquanto que os solos declivosos tendem a não apresentar problemas com encharcamento. A exposição do vinhedo para o norte permite que as plantas recebam os raios solares por mais tempo e ainda ficam protegidas dos ventos frios do sul. As orientações são todas dos técnicos da Embrapa Uva e Vinho.

Para deixar o terreno pronto para o plantio é necessário assegurar que as mudas de videira sejam plantadas em condições que possam expressar todo o seu potencial produtivo. Isso inclui os serviços de roçagem, destocamento, lavração, gradagem, abertura das covas ou sulcamento. O terreno também deve sofrer uma calagem com finalidade de eliminar prováveis efeitos tóxicos dos elementos que podem ser prejudicial às plantas, tais como alumínio e manganês, e corrigir os teores de cálcio e magnésio do solo. Para a videira o pH do solo deve estar próximo de 6,0.

Durante os dois primeiros anos de cultivo da videira a área poder ser cultivada com uma cultura anual nas entrelinhas da videira, esta cultura intercalar deverá permitir a cobertura do solo enquanto a videira cresce. A partir do 3° ano do plantio (2° ano após a enxertia) não é mais recomendável a cultura intercalar. Contudo, a utilização da cobertura verde do solo do vinhedo, com gramíneas e/ou leguminosas de outono-inverno, pode ser útil ao solo e à videira. Entre vários benefícios, esta prática auxilia o controle de ervas daninhas, mantém ou aumenta o teor de matéria orgânica do solo e diminui o estresse hídrico nas primaveras e verões secos. Para atingir esses objetivos sugere-se a seguinte sistemática:

No manejo do parreiral, um fator importante é a forma de condução. Há uma diversidade muito grande de sistemas de condução da videira utilizados nas diferentes regiões vitícolas do mundo. Para o Sistema de Produção de Uvas Viníferas para Processamento em Regiões de Clima Temperado, são abordados os sistemas de condução latada e espaldeira.

No caso da latada, o sistema de condução é também chamado de pérgola. É o sistema mais utilizado na Serra Gaúcha, RS e no Vale do Rio do Peixe, SC. Na América do Sul tem alguma expressão na Argentina, Chile e Uruguai. Na Europa, aparece em determinadas regiões vitícolas, especialmente na Itália, com denominações e formas diferenciadas.

O dossel é horizontal e a poda é mista ou em cordão esporonado, conforme a variedade de videira. As varas são atadas horizontalmente aos fios do sistema de sustentação do vinhedo. As videiras são alinhadas em fileiras distanciadas geralmente de 2,00 a 3,00 m, sendo 2,50 m o mais usual. A distância entre plantas é de 1,50 a 2,00 m, conforme a variedade e o vigor da videira. A zona de produção da uva situa-se a aproximadamente 1,80 m do solo. A carga de gemas também é variável, sendo em geral de 100 mil a 140 mil gemas/ha.
O sistema de sustentação necessita ser sólido para suportar o peso do dossel e da produção e o impacto do vento; A área máxima recomendada de cada parcela de um vinhedo conduzido em latada é de 4 ha. O sistema de sustentação deve ser suficientemente resistente, durável e ter custos acessíveis de instalação e de manutenção ao empreendimento. O sistema de sustentação deve suportar o peso da uva, dos braços, dos ramos e folhas. Além disso, deve-se considerar o impacto de acidentes durante as operações no vinhedo e os efeitos de ventos e de chuvas muito intensas. Ele é formado por postes e fios que podem ter especificações variadas.

Os postes podem ser de madeira, metálicos, de pedra ou de concreto. Os de madeira são os mais usados, mas devem ter resistência aos fungos e insetos que atacam a madeira. Em geral utiliza-se o eucalipto, que tem fraca resistência natural mas pode tornar-se excelente quando tratado. Para isso, deve-se a) utilizar postes redondos; b) secá-los de 3 a 6 meses antes do tratamento; c) tirar a casca e fazer uma ponta em uma das extremidades; d) tratá-los com produto recomendado para sua conservação e que substitui a seiva, inicialmente fazendo-se vácuo e após, pressão. Os produtos usados são sais metálicos à base de cobre, de cromo e de arsênio (CCA), o que exige cuidado com seu manuseio. Os postes de pedra e de concreto são muito resistentes, especialmente os de pedra. Mas são pesados e difíceis de serem manipulados, são quebradiços e apresentam certa dificuldade para a instalação dos fios. Os postes metálicos são muito utilizados nos principais países vitivinícolas. Eles são facilmente colocados nos solos não pedregosos e permitem uma fixação rápida dos fios de sustentação da vegetação. São flexíveis, mas precisam ser firmemente inseridos no solo para evitar que se inclinem com a ação de ventos fortes. Sua longevidade depende do material de que são feitos e do material de revestimento. Em geral são galvanizados, o que aumenta sua longevidade e permite uma boa relação preço/longevidade. No sistema de condução latada, há os seguintes tipos de postes: cantoneiras, cabeceiras, laterais, internos e rabichos. As cantoneiras são postes reforçados, colocados nas quatro extremidades do vinhedo. Em geral, devem medir 3,00 m de comprimento e ter um diâmetro de 16 a 18 cm, além dos postes, há os tutores.

Os cordões, fios e acessórios utilizados na formação de vinhedos devem ser especiais para a finalidade desejada. São produtos com galvanização pesada, o que implica numa maior vida útil do aramado devido à maior proteção contra a ferrugem e à maior resistência mecânica. Além disso, apresentam menor coeficiente de alongamento, isto é, aumentam pouco seu comprimento quando a temperatura se eleva ou são tracionados pelo peso dos frutos e da vegetação.

O aramado é formado por cordões de cabeceira e cordões laterais e por fios da produção, da folhagem e dos rabichos (das cantoneiras, das cabeceiras e dos laterais). Os cordões de cabeceira são dois, interligando as cantoneiras de duas extremidades do vinhedo e os postes de cabeceira situados entre eles. Os cordões laterais também são dois, colocados perpendicularmente aos cordões de cabeceira e interligando as cantoneiras de duas cabeceiras do vinhedo e unindo os postes laterais. Ambos geralmente são formados por sete fios enrolados helicoidalmente e revestidos por uma camada de alumínio pesada.


O sistema de condução espaldeira é um dos mais utilizados pelos viticultores nos principais países vitivinícolas. No Rio Grande do Sul, é adotado especialmente na Campanha e na Serra do Sudeste e por algumas vinícolas da Serra Gaúcha. As videiras conduzidas em espaldeira tem dossel vertical e a poda é mista ou em cordão esporonado. As varas são atadas horizontalmente aos fios da produção do sistema de sustentação do vinhedo. Se necessário, os ramos são despontados. Normalmente, deixam-se duas varas/planta quando a poda é mista; em cordão esporonado, há dois cordões/planta. A distância entre as fileiras varia de 2,00 a 2,50 m, mas se a altura do dossel vegetativo for de 1,00 m a captação da radiação solar é maximizada com fileiras distanciadas de 1,00 m. A distância entre plantas é de 1,20 a 2,00 m, conforme a variedade e a fertilidade do solo. A zona de produção geralmente situa-se entre 1,00 e 1,20 m do solo. Deixam-se de 65 mil a 80 mil gemas/ha, dependendo principalmente da variedade. A altura do sistema de sustentação do solo até a parte superior é de 2,00 a 2,20 m. As considerações gerais feitas sobre o material utilizado para a formação de um vinhedo conduzido em latada servem, também, para um conduzido em espaldeira.

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